Ancorada pelo enorme sucesso do anterior, Superman: O Filme (1978), e o grande prestígio do personagem, foi lançada a continuação em 1980, com o titulo (no Brasil) Superman II – A Aventura Continua.
A maior parte do elenco foi mantida e a história surgia com mais ação do que sua antecessora, levando Clark a se confrontar com três kryptonianos – Zod (Terence Stamp), Non (Jack O’Halloran) e Ursa (Sarah Douglas) banidos de seu planeta natal por Jor-El, e que buscavam vingança. O trio aparece rapidamente no primeiro filme, quando são banidos de Krypton por Jor-El (Marlon Brando).

Outro fator que fez esse segundo longa manter o sucesso da série foi a descoberta da dupla-identidade do protagonista pela repórter Lois Lane (Margot Kidder), levando a relação dos dois ao romance e, do último filho de Krypton, a desistir dos poderes, saciando a vontade do imaginário popular.
No final, ele simplesmente apagava a memória da moça com um beijo! Terence Stamp ganhou maior destaque no papel de Zod, um general tirano, disposto a governar a Terra, fazendo uma apologia às ditaduras da época. A frase “ajoelhe-se perante Zod” tornou-se icônica.
As qualidades técnicas foram mantidas. Já a ação superou expectativas. Enfim, Superman tinha rivais à altura e que realmente poderiam derrotá-lo. Há sequências memoráveis pelo céu de Metrópolis e até um letreiro da Coca-Cola sendo destruído.

Gene Hackman se recusou a filmar novas cenas com Richard Lester, que assumiu o filme após seu xará, Richard Donner, ser demitido pelos produtores e a quem o intérprete de Lex Luthos era leal. Os realizadores precisaram usar um dublê: fato perceptível nas sequências da Fortaleza da Solidão em que Luthor aparece de costas. Também tiveram que apelar para a atriz Susannah York (Lara, a mãe biológica de Superman), para fazer as falas de Marlon Brando, que também não quis voltar.
Lester decidiu investir mais no humor, deixando a trama irregular. Superman e os três inimigos mostram poderes que nunca foram usados nas histórias em quadrinhos até então: desaparecer, se multiplicar, levitar objetos com a visão de calor… Apesar do sucesso de bilheteria e de elogios da crítica, esse humor fora de lugar foi um aviso do que estava por vir na continuação de 1983.

Em 2006 seria lançada a versão original imaginada por Donner, em home vídeo, Superman II: The Richard Donner Cut, e que traz cenas diferentes da montagem mostrada nos cinemas da época.
Entre elas, a forma como Lois descobre a dupla-identidade de Clark/Superman e o desfecho, com o herói girando, outra vez, o mundo ao contrário – agora para apagar a memória de Lois. A verdade é que a versão de Donner se mostra mais madura, ainda que não seja perfeita, e mantém o nível do longa anterior.


